trouxe o espantalho para o mar
esse boneco sem coração
quem me dera poder ouvi-lo reclamar
qualquer coisa… coisa qualquer
o mar achou-o bonito
Poseidon o adotou como filho
se o espantalho não tem sentimentos
como chorou nos meus braços
ao molhar-se nas águas do mar
de um tempo em que palha seca se queima
com fósforo se faz fogo
sem temer o espantalho brincou com o mar
enquanto a vida proporcionava-lhe amar
num grito de contentamento
eu sou o mar! eu sou o mar!
a vida nos ensina a não mais voltar

rosângela trajano