nesta saudade que me invade

do papai e da mamãe

nunca conhecidos no acalanto

eu visto a natureza e canto

a árvore que me adota

não quer saber quem sou

a menina do laço na cabeça

ou a menina sapeca do pirulito

desde a assembleia dos patos

sou guardiã das florestas

terra, chão, ervas, mato

quero ser feiticeirinha

das folhinhas secas ao vento

eu sou o verde espírito da natureza

abraçada à árvore-mamãe

de mim o quase cem por cento

deste amor de criança descuidada

que não sabe quase nada

fala de amor como quem é sábia

amor? o que será? eu que nada sei

foi o porco-espinho que já amei

será amor o que lhe dei?

tontinha… tontinha, estou e seguirei

há vida além da melancolia

diz a raiz da árvore com alegria

o que guardo é frágil e terno

neste ofício eu nunca durmo

guardiãs estão sempre alertas

corro ideias para brincar com os patos

neste mundo está tudo muito chato

*****************************************************

Ilustração da autora

EXERCÍCIOS PARA O BOM PENSAR.

1 – Ser um guardião exige quais responsabilidades?

2 – Como a saudade nos invade o corpo e a alma? De que você tem mais saudades?

3 – Como é correr ideias?

4 – Por que o mundo está chato?

5 – O que chamou a sua atenção da menina do poema? Comente.

6 – Quem deve proteger as florestas?

7 – O que as árvores representam para você?

8 – Como a menina do poema se apresenta nos seus sentimentos?

Desenhe você sendo um guardião.