sou a metáfora
cor negra da lata
Florbela, minha bela
amo sem dar por mim
o tanto de amor que tenho
redemoinho de fantasmas
negritudes que me vestem
o cálice, o vinho, eu toda
feito inquietações das horas
ridículas flores de papel
giz de cera escravocrata
âmbar elétrico nas águas
revoluções de ontem
antes de morrer serei resistência
o verso negro do chão seco
de onde surge vida ao acaso
Deus faz-me coragem

rosângela trajano