Categoria: Poesias para Crianças

Rosângela Trajano Oh, doce menininhaPara onde você vaiCom essa bagagemMaior do que seus olhosLeve apenas o necessárioPara o seu benquererVamos o resto venderOh, doce menininhaQuanta bagagemNem aparece vocêNa minha fotografiaFotografar o cuidadoAinda é poesia

Rosângela Trajano Doce menininhaPor que você veioEu era feliz assimNessa vida esquecidaDe repente, vocêCom medo de tudoAté mesmo de ser genteApareceu no meu viverPor que você veioEu era feliz assimSem falar de bonecasSem brincar de luasSem pedacinhos de céusPerto de mimPor que você veio, menininha

Fui olhar para o céuPendurado na janelaAtrás de mim o nadaNuma parede amarela. Dormem as flores do céuOu estão a brincarParecem quietasOu não querem opinar. Como pode um céuEm murchas floresJoguei água para cimaCom baldes de valores.

Rosângela Trajano dona baratinhaonde está vocêmeu benquerer venha, venha logome fazer crescercá dentro em mimnum lugar sem fim dona baratinhaonde está vocêdona baratinhaonde está você dona baratinhavenha, venha logopintar o meu pensarser meu amanhecervamos mais amar

Rosângela Trajano Sou uma bolinhaBoa de apertarToda criançaQuer me ninar Sou uma bolinhaCheia de carinhoGosto de sorrirE de abracinho Sou uma bolinhaBem bochechudaPés pequeninosMeio barriguda

Rosângela Trajano Ficou doentinhaNo veterinárioFez cirurgiaPerdeu a patinha A menina tristonhaPegou a cachorrinhaNos seus baracinhosComo quem sonha Com um mundo melhorOnde os animaisNunca adoeçamNem sofram o pior

Rosângela Trajano Era uma menininhaMeio barrigudaDentusca e sem jeitoEsperava o ano inteiroQue nascesse a florzinhaPlantada por elaNo vaso de casaToda curiosa olhavaAquela sementinhaNunca cresciaRegava, alimentavaConversava até sobre lógicaNão havia mais o que falarSementinha escondida na terraCerta manhã a menininhaEsqueceu de olhar o vasoA florzinha desabrochouE com saudada da menininhaLogo murchou e morreu

Rosângela Trajano A menina não quisA boneca pretinhaDentro dela haviaDoces da vovozinha Jogou a boneca foraDizendo ser muito feiaQueria outra bonecaIgual a lua cheia Abandonada a bonecaNaquele frio chãoTeve vontade de chorarGanhou do céu um coração

Rosângela Trajano Quem dera, menininhaEu pudesse segurarA velha casinhaQue vai desmoronar Quem dera, menininhaCuidar do telhadoDa velha casinhaTodo molhado Quem dera, menininhaNunca esquecerNa velha casinhaVi você nascer

Rosângela Trajano Andava pelas ruasMeio distraídaNão via nada e via tudoNa sua vida sofrida Pisava em pedraLama e espinhoSofria um bocadoLonge do ninho Os pezinhos sangravamDoía a caminhadaPara onde ia nem sabiaTalvez subir uma escada