Rosângela Trajano

O homem e o burro

Um homem zangado

Numa velha carroça

Puxada por um burro

Animal cansado.

A velha carroça

Trazia arroz e feijão

Vinha da roça

Carregada de algodão.

O homem apressado

Batia no burro

A velha carroça

Perdeu os pneus

O homem desesperado

Ao chão se jogou.

Mas o burro

Não teve culpa

Do buraco na estrada

A fúria do homem

De repente virou pranto

Da velha carroça desmontada

O homem arrependido

Fez ao burro um pedido

Perdão, amigo querido.

O arroz e o feijão

Já tinha vendido

Com o algodão

Faria um colchão

Para o velho amigo seu

O burro.