A menina que não tinha medo de baratas
Rosângela Trajano

Lina era uma menina diferente de todas as outras. Enquanto suas amigas gritavam e corriam ao ver uma barata, ela apenas dava ri-sada.
— Por que vocês têm tanto medo? — perguntava Lina.
— Porque elas são nojentas e voam na gente! — dizia Júlia, sua melhor amiga, subindo na cadeira.
Mas Lina achava graça. Para ela, as baratas eram apenas insetos como qualquer outro, iguais às formigas e joaninhas que via no jardim. Um dia, sua mãe gritou da cozinha:
— Lina! Tem uma barata aqui!
A menina correu e viu a pequena intrusa perto da geladeira. Pegou um copo, cobriu a barata com cuidado e a soltou no quintal.
— Pronto, mamãe! Ela só queria passear.
A mãe de Lina riu e balançou a cabeça. Desde então, todos cha-mavam Lina para "salvar" a casa quando aparecia uma barata. E ela sempre resolvia tudo sem medo algum.
Com o tempo, suas amigas começaram a aprender com ela e a per-ceber que, talvez, as baratas não fossem tão assustadoras assim. Ou pelo menos, sabiam que, se uma aparecesse, Lina estaria lá pa-ra ajudá-las!