Rosângela Trajano Não dá pra ser I Não dá pra ser menino Sem olhar às estrelas Com elas querer brincar Sem sair do lugar. II Não dá pra ser menino Sem carrinhos desmontar Em desenhos querer morar Sem se adocicar. III Não dá pra ser menino Sem guarda-chuvas abrir Em sol de meio-dia Ver a...
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De chinelo no pé
Rosângela Trajano De chinelo no pé De chinelo no pé Vou ver a rua Sem casas Dentro da lua. De chinelo no pé Vou ver o céu Cheio de flores No meu chapéu. De chinelo no pé Sou a lenda De ser o menino Que faz a venda.
Ventos da paz
Rosângela Trajano Ventos da paz Que ventos trarão O sossego da alma A quietude do sol Minha calma. São os ventos da paz Que plantam emoções Sairão mundo afora Cativando corações. Os ventos da paz Meninos no ser Serão reis do bem Onde se faz o viver.
Menina de pijama
Rosângela Trajano Menina de pijama Ela vestia o pijama Não ia para a cama Ficava a brincar De dado ou dama. A menina de pijama Nunca dormia cedo Dizia não ter sono Chupava o dedo. Passava todo o dia De pijama pelo lar Do quarto à sala No seu acordar.
O carretel da vovó
Rosângela Trajano O carretel da vovó O carretel da vovó Numa cesta vivia Eu ficava a olhar O que ele me dizia. Era um carretel Cheio de alegria No dedo da vovó Cócegas sentia. Da vovó o carretel Veio e dormiu No meu coração Quando ela partiu.
Menino de lua
Rosângela Trajano Menino de lua Aos meninos de lua. Era um menino de lua Assim sem nada ligar O mundo a acabar E ele pro céu a olhar. Um menino de lua Não se aborrece Nada o preocupa Logo tudo esquece. O menino de lua Tá nem aí Se o vento come O seu açaí.
As flores do céu
Rosângela Trajano As flores do céu Fui olhar pro céu Pendurado na janela Atrás de mim o nada Numa parede amarela. Dormem as flores do céu Ou estão a brincar Parecem quietas Ou não querem opinar. Como pode um céu Em murchas flores Joguei água pra cima Com baldes de valores.
Se me deixarem
Rosângela Trajano Se me deixarem Se me deixarem levar Uma casa nas costas Ou um trem de nuvens Para detrás das portas. Prometo que serei Um menino comportado Guardarei meus sonhos Nos lados do dado. Se me deixarem chutar Verdades aos luares Saudades aos ventos Criarei nove pomares.
Perder-se
Rosângela Trajano Perder-se Quando a gente cresce Fica com medo de ser Medroso ou culpado De nunca mais se perder. Como era bom pequenino Em se perder no banheiro Ficar à procura de mim Embaixo do chuveiro Eu que fui dos meninos Que se perdiam no sono Ou nas ideias profundas Do mundo ser dono.
O outro menino
Rosângela Trajano O outro menino O outro menino Num gaguejar Perto do muro Ficou a chorar. O outro menino Saiu de fininho Por aí, por aí Todo quietinho. O outro menino Mudo ficou Feito estátua Susto levou.