Author: Rosângela Trajano (Rosângela Trajano)

Menino em apuros Perdeu o chinelo Esqueceu da aula Ficou amarelo. Menino em apuros O corpo molhou No meio da chuva Os livros lavou. Menino em apuros Deixou o sapato Em cima da janela Passeou no mato.

Doce ansiedade Essa minha Espero ganhar Uma cachorrinha. Doce ansiedade Que em mim Habita e constrói Sonhos sem fim. Doce ansiedade À tardinha Embala o sono Preso na caixinha.

Dorme o mundo E eu menino Tenho sonhos Ouro pequenino. Dorme o mundo Dentro de mim E lá fora corre Brincar sem fim. Dorme o mundo Na minha fronha Em sono profundo Há quem sonha.

Ao sol nascente Caminho sozinho Pelas estradas Com buraquinhos. Ao sol nascente Brinco de pegar Ondas no mar Para o alto voar. Ao sol nascente Cheiro de menino Vou correndo ser Leão vespertino.

Uma alegria Vem brincar De ser capitã No meu mar. Uma alegria Quer vir Morar aqui No meu sorrir. Uma alegria Sentimental Amarrada No meu avental.

Um riso solto Ventania De menino Acenderia. Um riso leve Alegria De menino Beijaria. Um riso grande Costureiro De menino Sorveteiro.

Baixinho me chamaste Ao longe te escutei Cadê o brinquedo Logo disse não sei. Na tarde de outono Vento a brincar Como menino fosse No seu pular. E naquela tarde O outono inaugurou Um menino órfão No céu pendurou.

O menino obeso Não podia correr Ficava cansado Só faltava morrer. O menino obeso Não subia ladeira No meio da noite Abria a geladeira. O menino obeso De tudo comia Coração apressado Quase explodia.

O menino diabético Açúcar não comia Coisa adocicada Nada disso podia. O menino diabético Insulina tomava No seu bracinho Ele mesmo aplicava. O menino diabético Esportes praticava Baixar a glicemia Bem se alimentava.

O menino do cocô No banheiro chegou Sentia vontade Muito suou. O menino do cocô As calças abaixou Fez isso rapidinho E se aliviou. O menino do cocô O papel usou Para se limpar E um banho tomou.