Malinowski e o kula

1

Seu nome Malinowski
Um cabra bem arretado
Criou um jeito legal de
Um povo ser estudado
Não chamava de selvagem
Aquele mais isolado
2
Foi lá na antropologia
A sua bela pesquisa
Viajou para distante
Forças a quem se avisa

Queria era entrevistar
Encher sua mente lisa
3

Criou a sua observação
Participante pois linda
Onde o bom pesquisador
Ia pro campo mais ainda
Lá por um tempo ficava
Solidão era assim bem-vinda
4

Pois nas ilhas Trobriand
Numa canoa chegou
Alugada a um bom nativo
Logo do lugar gostou
Povo com bela cultura
Malinowski se animou

5

Uma boa etnografia

Se faz deixando de lado

Ideias preconcebidas

Tem que se ter cuidado

Se desfazer de seu tudo

Sempre focar no estudado

6

Povo que foi visitado

Era bastante contente

Malinowski tão espantado

Nem sabia, de repente,

Chegar mais pertinho deles

Pra não assustar a tal gente

7

Gente gostava muito

De festas em casamentos

Dançar e beber bastante

Comemorar com eventos

Nascimento de criança

Até mesmo o fim dos ventos

8

Se alguém morria nas ilhas

Havia festa também

A morte não é tristeza

O morto parece bem

Segue para algum lugar

De onde o bom mistério vem

9

Malinowski se hospedou

Lá numa velha casinha

No meio da gente toda

Pois que uma bela mocinha

Ele viu a levar vaso

De plantas na cabecinha

10

Descobriu curioso

Aquele povo sabia

Fazer lindo artesanato

Era surpresa o que via

Sim, colares e pulseiras

Feitos tais com maestria

11

Não, não era assim qualquer gente

Eram bons no artesanato

Faziam canoas belas

Pintura era o bom retrato

Da comunidade alegre

Nos seus deuses o tal fato

12

Nas suas casinhas lindas

Pois tinham jardins de flores

As mais diversas espécies

Cuidavam com amores

Limpavam as ruas da ilha

Trobriand cheia de cores

13

Os nativos pintavam

Corpos e rostos com tinta

Que eles bem fabricavam

Era muito distinta

Na alegria de viver

Arte com as mãos faminta

14

Malinowski registrava

No seu diário de estudo

Como legal etnográfico

Às vezes ficava mudo

Pois com tanta descoberta

Canções faziam-no surdo

15

Que mais o impressionou

Economia tal gente

Conhecida como “kula”

Era coisa inteligente

Um sistema bom de trocas

O nativo competente

16

Sim, havia dia e horário

As trocas realizarem

Os nativos chegavam

Para muito mexerem

Na mercadoria amiga

Queriam pois, mesmo verem

17

Alguns trocavam colares

Por bonitos animais

Outros preferiam vasos

E ainda apareciam mais

Os que queriam pedrinhas

Não havia briga jamais

18

Boa e rica economia

Malinowski registrou

Pois no seu diário amigo

O colar alguém trocou

Por comida pra jantar

Kula pois o fascinou

19

Não havia moeda ali

O povo apenas trocava

As coisas que bem fazia

Passando-se aproveitava

Pra visitar a família

Do tal morto que acordava

20

Malinowski bem contente

Triste ao se despedir

Daquela bonita gente

Estava para partir

Saudades pois, sentiria

Se não pudesse mais vir

21

Escreveria linda obra

Bastante boa e importante

Assim a antropologia

Teria um bom adoçante

Para poder estudar

Observar participante

22

E que em cada observação

O etnógrafo bem jeitoso

Participasse no amor

Sendo sim estudioso

Respeitando os bons costumes

Do seu povo afetuoso

23

Sim, Malinowski escreveu

Argonautas pois falou

Pacífico Ocidental

Trobriand se apaixonou

Nossa etnografia agora

Um conto que se exaltou

24

A todos os antropólogos

Vou deixar aqui um tiquinho

Da minha mercadoria

Quem quiser um bom versinho

Eu troco, sim, seu menino

Por cafuné ou carinho

FIM

Rosângela Trajano

O cordel está no sangue de quem diz “oxente”!

Natal-RN, 26 de fevereiro de 2021

Exercícios para o bom pensar.

1 – O que você entende por pesquisa de campo?

2- O que você entende por etnografia?

3 – Como você entende o kula?

4 – O que você entende por observação participante?

5 – Como fazer uma boa pesquisa de campo?

Desenhe o antropólogo fazendo uma pesquisa de campo.