Rosângela Trajano
Meu cajueiro
Ele era enorme
Galhos espalhados
Por todos os lados
Muitas folhas no chão
Cajus bem amarelinhos.
Eu todo molhado
Sujo de nódoa de caju
Com os olhos apertadinhos
As mãos para trás
Cabisbaixo
Com medo do carão
Que ia levar.
Meu cajueiro
Onde os pintinhos
Gostavam de ficar
As galinhas
Gostavam de ciscar.
Tinha um balanço
Eu me balançava
Pra lá e pra cá
Como eu amava
Com ele conversar.
Mas um dia o cupim
Que destrói tudo
Matou meu cajueiro
E uma dor sem fim
Alojou-se no meu peito
Eu não tenho mais
Meu companheiro.